Entenda as vantagens e desvantagens antes de tomar a sua decisão
Optar por uma taxa de juro variável, que tende a ser mais barata a longo prazo mas sujeita às oscilações da Euribor? Ou escolher uma taxa fixa para garantir prestações mensais constantes, mesmo correndo o risco de pagar mais no final? Aqui estão os principais pontos a considerar na decisão entre taxa fixa e variável.
Com a inflação e as taxas de juro associadas aos créditos à habitação em alta, muitos consumidores estão a ponderar a opção de taxa fixa para evitar o aumento das prestações. As memórias das subidas da Euribor, como em 2008 quando ultrapassou os 5%, ainda estão frescas, e recentes aumentos para 4% no final de 2023 trouxeram de volta essas preocupações.
Taxa Variável: Vantagens e Riscos
A taxa variável, dependente da Euribor, pode ser uma aposta arriscada. Se a Euribor subir, as prestações mensais aumentam, mas se descer, os pagamentos diminuem. Historicamente, os spreads em Portugal têm descido, permitindo obter taxas abaixo de 1% na maioria dos bancos. Recentemente, voltaram as ofertas indexadas a 3 ou 6 meses, o que significa que a taxa do empréstimo e a prestação são revistas mais frequentemente. Isto pode ser vantajoso se as taxas caírem, mas desfavorável se subirem.
Taxa Fixa: Estabilidade com Possíveis Custos
Em Portugal, apenas 4% dos empréstimos têm taxa fixa devido à oferta limitada e pouco atrativa dos bancos. Com uma taxa fixa, o consumidor sabe sempre o valor da prestação, independentemente das flutuações da Euribor. Desde 2023, os bancos são obrigados a oferecer créditos com taxa fixa, mas sem valores de referência definidos, deixando a oferta ao critério das instituições.
Taxa Mista: Uma Alternativa Equilibrada
Recentemente, surgiram várias propostas de taxa mista, combinando taxa fixa e variável num só contrato. Inicialmente, aplica-se a taxa fixa e, após esse período, a taxa variável toma conta. Em dezembro de 2022, apenas 16% dos novos empréstimos tinham taxa mista, mas em 2023 esse número subiu para 71%. Estes contratos oferecem uma opção competitiva, protegendo contra aumentos de taxa inicialmente e beneficiando de possíveis descidas futuras.
Considerações Finais
Ao decidir entre taxa fixa ou variável, é crucial avaliar a sua tolerância ao risco e situação financeira. Para quem não lida bem com a incerteza, a taxa fixa oferece estabilidade emocional e financeira. Já quem está disposto a assumir algum risco, a taxa variável pode proporcionar poupanças significativas.
Se pondera amortizar o crédito antecipadamente, lembre-se de que as comissões na taxa fixa (2%) são superiores às da variável. Em 2024, as amortizações antecipadas para habitação própria permanente com taxa variável estarão isentas de comissão.
Em resumo, não existe uma resposta única para todos. Avalie as suas circunstâncias pessoais, os custos potenciais e a sua aversão ao risco antes de tomar uma decisão.